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quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Ética e Responsabilidade

Ética e responsabilidade soam quase tautológicas. Não há ética, sem responsabilidade; toda responsabilidade aponta para resíduo ético. Etimologicamente responsabilidade conota responder, que, por sua vez, leva-nos ainda mais longe. Esconde por trás a experiência de ficar fiador de alguém, de prometer, de obrigar-se. Responder significa esposar uma posição, uma afirmação. Vai além do ato da inteligência que friamente faz cruzinhas no teste de múltiplas escolhas, sem que alguém existencialmente se comprometa.

Ética e responsabilidade implicam, portanto, que nos situemos diante de uma realidade maior à qual nos obrigamos. Imediatamente surgem perguntinhas intrigantes: a quem respondemos? Por que realidade respondemos? As respostas indicam caminhos éticos.

Depois da 2ª Guerra Mundial, quando vieram os crimes do nazismo a público, o povo alemão angustiou-se altamente e se perguntou: Todos nós alemães respondemos por eles? Ou unicamente os diretamente implicados? E diante de quem temos que responder? Os aliados instituíram o Tribunal de Nuerenberg, como instância representativa do sentido de humanidade, para julgar os crimes cometidos contra a humanidade.

De fato, a instância maior, que a razão humana conhece, chama-se humanidade. Diante dela, todos nos fazemos responsáveis. Custa-nos, porém, visualizar com clareza que exigências a humanidade nos impõe. O termo carrega vários sentidos. Dois parecem-nos fundamentais. Antes de tudo, o conjunto dos seres humanos enquanto eles se distinguem do mundo puramente animal. O olhar ético estende-se para os mais de 6 bilhões de habitantes da Terra, na estimativa dos demógrafos. Carregar nas costas essa multidão pesa muito.

Se nos formulássemos a pergunta de I. Kant, com a mirada para toda a humanidade, diríamos: se todos fizessem isso que agora faço, a humanidade na totalidade ganharia ou perderia em vida, em bem? Como seria diferente a vida social, se o critério de humanidade funcionasse nas decisões de cada cidadão. E quanto maior for o alcance da ação, tanto mais pesa eticamente a pergunta.

O termo humanidade condensa também o complexo das qualidades que nos assinalam como seres humanos. Os antigos estenderam o significado até mesmo ao estudo das Letras Clássicas, especialmente gregas e latinas. Julgavam que elas tinham chegado a ponto alto de humanidade. Em todo caso, hoje com a longa tradição dos Direitos Humanos estamos mais bem apetrechados para estatuir a qualidade de humanidade e pô-la então como critério ético de nosso proceder. Retomando mais uma vez a pergunta de I. Kant: minha ação faz-me a mim e aos outros mais humanos, respeitosos das pessoas, da natureza? A ética pede a resposta afirmativa.

Link usado na pesquisa: http://www.jblibanio.com.br/modules/wfsection/article.php?articleid=126

quinta-feira, 30 de julho de 2009

Ética e o Cotidiano

Ouve-se o termo ética. A imaginação translada-se para o reino da filosofia, das especulações, das reflexões pesadas. Não. Ética se vive no dia-a-dia, quer no praticar quer no falhar.

E a voz popular cria adágios que refletem tal fato. A lei de Gerson se tornou famosa: “levar vantagem em todas as coisas”. No futebol, onde nasceu o aforismo, funciona a tática de o jogador tentar levar vantagem em todas as jogadas, seja na defesa como no ataque. Mas se a transferimos para a vida das relações humanas, caímos na antítese da ética. Se não, vejamos.

Tal máxima põe o próprio interesse acima de tudo. Considera-se toda realidade e ação sob o prisma do benefício próprio. Levemo-la ao cotidiano segundo o ensinamento de Kant. “Age de tal modo que possas igualmente querer que tua máxima se torne lei universal”. Então toda pessoa que você encontrar saiba que ela e você querem tirar vantagem desse encontro. Imaginemos o que passa então em nossas cabeças. Enlouqueceremos pensando nos interesses que os outros têm em relação a nós e eles pensam o mesmo. Desaparecem radicalmente a espontaneidade e a sinceridade. Tramam-se dribles sutis para enganar o outro. E se aplicamos tal comportamento às relações afetivas, amorosas, familiares?

Pais e filhos conversam. Cada lado procura obter vantagem. E, em seguida, surge a pergunta: de que natureza será tal ganho? Como vivemos em sociedade capitalista, que põe o lucro financeiro no centro, a suspeita se encarreira nessa direção. A primeira grave e terrível conseqüência é a morte da gratuidade. Visualizemos um mundo em que essa dimensão altamente humanizante desapareça. Realizaremos o que o inglês Hobbes, na frieza saxônica, preconizou do comportamento humano: “homo homini lupus” – o ser humano se faz lobo para o outro humano -, seguindo as pegadas do poeta latino Plauto.

Rompemos esse círculo infernal, anti-ético, se formos à raiz primeira da ética. Reformularia o princípio kantiano da seguinte maneira: “age de tal maneira que a tua ação contribua para a melhor convivência humana”. Inverte-se a lei de Gerson. A vantagem não se coloca no princípio do próprio agir, mas no resultado do encontro entre nós. Se voltássemos ao húmus futebolístico, não se considera cada jogada, mas o conjunto do jogo. Em dado momento, o fato de outro levar vantagem torna mais fascinante a partida com surpresas, lances magistrais de ambas as partes. O critério maior não se põe na vantagem, mas na beleza do esporte. Nem no jogo funciona a lei de Gerson.

A trajetória de nosso agir configura-se surpreendente à medida que a gratuidade interfere. Esta se faz imprevisível. Rompe a monotonia do lucro, do interesse, do ganho. Introduz a beleza do espírito. Só este sabe ser gratuito. A ética transforma e enfeita o cotidiano, ao banhá-lo com o ouro do dom de si, da originalidade e do gesto generoso.

Link usado na pesquisa: http://www.jblibanio.com.br/modules/wfsection/article.php?articleid=115

Breve resumo sobre a Ética e a Moral

A ética está presente em qualquer lugar seja ela em casa, na escola, no trabalho, na vida pessoal, para com o próximo … etc.

A ética se confunde muitas vezes com a moral, todavia, deve-se deixar claro que são duas coisas diferentes.

ÉTICA é originada do grego ethos, que significa modo de ser, caráter. É o estudo dos juízos de apreciação que se referem à conduta humana susceptível de qualificação do ponto de vista do bem e do mal, seja relativamente à determinada sociedade, seja de modo absoluto".

Moral é um conjunto de regras de conduta ou hábitos julgados válidos para qualquer tempo ou lugar, para grupo, ou pessoa determinada.

De forma mais simplificada ética significa a teoria ou ciência do comportamento moral dos homens em sociedade, enquanto que moral, quer dizer, costume, ou conjunto de normas ou regras adquiridas com o passar do tempo.

A ética é o aspecto científico da moral, pois tanto a ética como a moral, envolve a filosofia, a história, a psicologia, a religião, a política, o direito, e toda uma estrutura que cerca o ser humano. Isto faz com que o termo ética necessita ter, em verdade, uma maneira correta para ser empregado, quer dizer, ser imparcial, a tal ponto a ser um conjunto de princípios que norteia uma maneira de viver bem, consigo próprio, e com os outros.


Alguns diferenciam ética e moral de vários modos:

1. Ética é princípio, moral são aspectos de condutas específicas;

2. Ética é permanente, moral é temporal;

3. Ética é universal, moral é cultural;

4. Ética é regra, moral é conduta da regra;

5. Ética é teoria, moral é prática.


A moral se constitui em um processo de formação do caráter da pessoa humana, partindo-se normalmente de uma maneira de como foi direcionado pelos ensinamentos no país, cujos princípios têm origem com a religião dos genitores. A moral se adquire também no meio ambiente em que se vive, tal como já diziam alguns filósofos que o homem seria um produto do meio, difícil de concordar, mas fácil de aceitar, pelo simples fato de que a localidade onde se mora é um forte influenciador do comportamento humano. Este efeito transbordamento ou como é também chamado, spillover, faz com que a má formação de um amigo seja um fator de fundamental significado na vida de uma pessoa que tenha uma instrução boa, de princípios que possam ser transmitidos para os outros.

É claro que a ética e a moral devem e estão caminhando lado a lado com a liberdade, entretanto, não se deve esquecer que a liberdade não tem a conotação que os tempos modernos têm dado. A liberdade é a concepção natural de uma pessoa ou animal ser livre, mas ser livre, significa, antes de tudo, algumas limitações que a própria Lei Natural impõe ao ser humano. Hoje o termo liberdade tomou significado diferente, tal como o de libertinagem. Assim, liberdade parte em princípio do respeito aos direitos alheios, onde, dialeticamente, não se constata, que na vida prática exista o respeito ao homem em si, o que existe na consciência humana é o respeito a si mesmo, a busca de tudo, para si próprio, e o resto que procure respeitar os direitos dos outros, sem nenhuma contra-partida.

Ao longo da história se tem deturpado o real significado da palavra liberdade; é só verificar o dia-a-dia das novelas; os anúncios de jornais, os out-doors, os filmes de sexos, que são verdadeiros atentados contra o pudor e os bons costumes. Isto tem trazido uma revolução aos princípios éticos e morais de uma sociedade que prima pelas boas maneiras de vida. A liberdade que se procura não é esta, mas aquela que está dentro de uma formação trazida pelos pais, avós, ancestrais, que sempre procuraram e procuram transmitir de geração a geração os caminhos da verdade e da vida, pois isto não significa moralismo, mas princípios que devem permanecer por todos os tempos e não se levar por falso modernismo que tem o objetivo de degradar a família em troca de uma libertinagem que deprime o ser humano.

Link usado na pesquisa: http://www.eumed.net/libros/2006a/lgs-etic/1t.htm